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Porto Alegre, RS, Brazil
escrevo a dor e o prazer de viver vivo para escapar da morte morro e acordo cada vez mais forte

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Confissões

Queridos e queridas,

Eu tenho um assunto sobre o qual eu iria escrever hoje. Mas vou deixar para amanhã. Não que ele não seja menos importante, porque ele não é. Mas meu estado de espírito, ou humor, como preferirem, foi oscilando ao longo do dia de hoje. Isso não tem a ver com o frio horroroso que invadiu nossas vidas neste fim de semana. Nem com a
queda de mais um avião, mais uma tragédia entre outras tantas. Ou com as manchetes que eu nem gosto mais de ler. Parece que quanto mais informada, mais desesperançada eu fico. E isso o que estou dizendo é um absurdo, uma heresia. Porque não devemos nos alienar da realidade. Não devemos ser "vacas de presépio", ser alvo de manipulações e jogatinas políticas, ideológicas, de qualquer tipo.
Sou crítica, sempre fui. Mas sou ingênua também. Sempre fui. A idade e as experiências que vamos adquirindo na vida nos deixam mais calejados, mais amadurecidos diante das pessoas. Mas há um lado meu que se nega crescer. Quer brincar, quer jogar conversa fora, quer sorrir. Quer viver.
Vivemos momentos. Que são uns bons, uns ruins, variam conforme cada pessoa, no tempo de cada um.
Lembro-me de um filme que eu sempre recomendo, "As confissões de Schmidt", de Alexander Paine. O magistral Jack Nicholson interpreta Warren Schmidt. Quando ele se aposenta, não sabe mais o que fazer da vida. Não vê sentido, é tomado por um sentimento profundo de raiva, frustração, e inutilidade. O cineasta Paine, que também dirigiu Sideways, sabe como poucos retratar essa busca que todos tem por um sentido na vida.

Hoje, eu fiz tudo aquilo que faço todos os dias. Quando cheguei em casa e fui trocar o meu curativo, porque estava muito escuro e muito frio e por isso não fui no Posto de Saúde, vi que o que deveria estar cicatrizando, está ficando cada vez mais feio. E eu, então, me senti muito só. Responsável demais por mim mesma. Às vezes, isso cansa. É algo do qual a gente não pode se aposentar. Amanhã, além de fazer tudo aquilo que faço todos os dias, terei que sair desta inação e tomar uma atitude, sob pena de eu ter que denunciar a mim mesma por omissão de socorro.

Fiquem bem!

2 comentários:

  1. Suas palavras são só ternura! Me identifiquei muito...simplesmente, com tudo!

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  2. Ahhhhhhhhhhhh, sim! Às vezes é um "pé no saco" ser responsável pela gente mesma, da mesma forma que certas vzs esse sentimento de responsabilidade traz uma certa "solidão". Quero ver esse filme! Fiquei com mta vontade!

    Ah, já viu o filme "Sete Vidas"?! Eu vi e choreiiiiii. Mas chorei taaaaaaaantoooooo!!! Bom, aí vai um link falando sobre esse filme: http://www.omelete.com.br/cine/100017209/Sete_Vidas_.aspx .

    Bjoks

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