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escrevo a dor e o prazer de viver vivo para escapar da morte morro e acordo cada vez mais forte

sábado, 18 de julho de 2009

Eterno e quarentão

Queridos e queridas,
Ficamos melhores aos 40? Sim! Querem uma prova cabal? Easy Rider, filme realizado em julho de 1969, chega quarentão em 2009, consagrado como um dos melhores filmes de todos os tempos. Porém, desde quando o filme foi concebido por Peter Fonda, numa noite ins-pirada por um baseado, até ser visto hoje na internet ou nas prateleiras das locadoras, muita coisa mudou. Não vemos mais os jovens descalços que bradavam pelo direito à livre expressão, os hippies não foram extintos, mas estão comprimidos por tantas outras novas tribos, muitas das quais desconhecem totalmente a causa pela qual se buscava paz, amor e liberdade. A motocicleta, o principal ícone do direito pleno de ir e vir, hoje é muito mais conhecida pela economia nos custos e por ser veículo usado pelos motoboys. As roupas há quarenta anos eram floridas, os cabelos eram soltos, havia baseado, bebida e sexo. Hoje, a lendária Harley-Davidson, marca registrada do filme, é o sonho de consumo dos burgueses.

Muita coisa, porém, permanece. O preconceito, a discriminação, quando o assunto envolve drogas, sexo, prostituição. Quando se trata de conviver com pessoas que pensam diferente, que tem visões de mundo diversas, que querem viver com um estilo próprio. Essas pessoas, como disse o personagem de Jack Nicholson - em um dos seus mais marcantes papéis no cinema - precisam ser eliminadas.
Em Easy Rider, Peter Fonda é Wyatt, e Dennis Hopper é Billy, dois hippies que em suas motocicletas cruzam os Estados Unidos, e nesta viagem sentem o gosto da liberdade e o peso do preconceito. São presos, são executados.
Um sentido sem destino, ou um destino sem sentido?
O filme, realizado um ano após o "Maio de 68", simboliza o auge da contracultura levado às telas do cinema, e marca a estréia de Dennis Hopper na direção (que recebeu prêmio de melhor diretor estreante no Festival de Cannes em 1969). O roteiro escrito por Fonda e Hopper, e a atuação de Nicholson receberam indicações ao Oscar. Sucesso de público e de crítica, feito com orçamento modesto e resultante em um estrondoso sucesso de bilheteria, Easy Rider é um filme para ser visto várias vezes. Para se perceber que as duas rodas de uma motocicleta são como os pés que correm freneticamente em busca de um destino libertador. Para refletir sobre uma sociedade hipócrita que discursa sobre o bem comum enquanto segrega as pessoas pela cor, sexo e idéias. Para fruir uma trilha sonora que mostra grandes momentos do rock, inspiradores dos roqueiros que continuam a gritar em seus riffs e solos a busca pela liberdade. Pelos hippies quarentões, cinquentões, pelo que eles representam.
Paz e amor.
Por tudo isto, a atualidade do filme. Está escrito no poster que "Um homem saiu em busca da América. Não a encontrou em lugar nenhum". Continuamos assim, quarenta anos depois.
Sem destino.
Beijos!

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