Quem sou eu

Minha foto
Porto Alegre, RS, Brazil
escrevo a dor e o prazer de viver vivo para escapar da morte morro e acordo cada vez mais forte

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

um pedido de socorro

Queridos e queridas,

Gosto sempre de ver ou rever os filmes de Woody Allen. Ele escolhe temas, e os apresenta de uma forma que eu gosto, com a qual me identifico. Seja pelo sarcasmo, pelas tiradas filosóficas, pela fina tragicomédia, pela sensibilidade e argúcia com a qual ele roteiriza, atua e filma questões humanas, afetivas, existenciais.

Tudo o que é simples e é complexo ele mostra em diálogos sempre interessantes e instigantes. Um dos temas que é cada vez mais atual, o qual ele filmou em 1998, é sobre as Celebridades.
Celebrity reúne um elenco de famosos, como Kenneth Branagh, Wynona Ryder, Charlize Theron, Melanie Griffith e Leonardo DiCaprio. Artistas que são celebridades intepretando celebridades, à exceção de Branagh, o protagonista que é um repórter aspirante ao mundo das celebridades. De tanto conviver nesse mundo, com o qual se identifica, o repórter tenta se ambientar às situações nas quais se vê envolvido. Nessas situações rola muito sexo, drogas, narcisismo, non sense, bulimia, o vale tudo na busca da fama e da fortuna.
Às vezes, muito mais pelos famosos 15 minutos do que pelo dinheiro.

O que Woody Allen mostra não são os 15 minutos de fama, mas os intermináveis segundos de agonia daqueles que não fazem parte desse meio, e nem farão. Não porque não tenham talento, ou porque não trabalhem, ou porque não tenham ideais. É simplesmente porque nada disso é o que realmente importa nesse meio. Golpe de sorte, oportunidade, visão, estratégia, enfim, podem haver vários outros fatores, que não simplesmente seguir o caminho do meio.

Esta sátira do mundo das celebridades pode às vezes parecer clichê, meio superficial. Na verdade, eu creio que esse é um mundo superficial. Cheio de clichês. Faz parte de estar inserido nesse meio. Ou pelo menos, de aparentar estar, como é o caso do frustrado e fascinado repórter. Ele renega suas origens, atribuindo toda a sua frustração à ex-mulher e ao casamento falido. Ele busca pelo novo, o que encontra em uma nova mulher, e depois em outra, em uma nova situação, e depois em outra, e no fundo, ele não encontra em nada, e em ninguém.
Ele não encontra a si mesmo.

O Help! inscrito nas nuvens, na cena que dá início e fim ao filme, já diz tudo. Woody Allen já avisa o espectador desde o começo: Socorro! Essa é a vida que eu realmente quero? O que eu realmente quero? Alguém pode responder por mim? Não? Então, Help!!!!
Beijos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário