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Porto Alegre, RS, Brazil
escrevo a dor e o prazer de viver vivo para escapar da morte morro e acordo cada vez mais forte

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Faces

Queridos e queridas,

Voltei! No melhor estilo Exterminador do Futuro, I'm back. Na verdade, só volta quem vai, e eu não fui a lugar nenhum, continuo dando voltas em mim mesma. Quem me conhece, sabe que estou absolutamente envolvida no Itinerantes, e em todas as ações da Liga dos Direitos Humanos. Tenho visto menos filmes do que eu gostaria, o que não justifica minha ausência nesse espaço pelo qual tenho o maior carinho.
Sinto falta de escrever aqui diariamente, como fiz por uns meses. Então, como sou radical, parei de escrever. E, por ser radical, voltei a escrever, só que agora decidida a visitar o blog quando for possível, como qualquer pessoa saudável faria. Eu vou tentar, até que novo ímpeto radical tome conta de mim again.
No feriado de Páscoa, fiquei com vontade de ir ao cinema. Não fui. Optei por ver Iron Man, em DVD, um pouco por gostar da atuação do Robert Downey Junior, um pouco por gostar de filmes que tratam dos efeitos devastadores de armas, e um muito pela trilha de rock.
De Iron Man migrei para A outra face da raiva (EUA, Alemanha, 2005, dir. Mike Binder) com Kevin Costner e Joan Allen impecáveis em um drama sobre uma história até então simples, muito simples. Mãe e filhas precisam seguir a vida apesar do desaparecimento do marido/pai. Mas um roteiro engenhoso mostra que o que poderia ser mais uma história trivial e descartável transforma-se em uma singela história de como redescobrir afetos, reatar relações, olhar para si e para os outros além das aparências, destrancar-se dos medos, desapegar-se. Se na ficção já não é nada fácil contar uma história e convencer o espectador, o que dizer da vida real?
Qual é a outra face da raiva? Qual é a face da raiva?
Qual é a face?
Olhar-se no espelho todos os dias, e conhecer-se pelo retrovisor, é uma lição de humildade e sabedoria. Talvez fôssemos pessoas menos raivosas se pudéssemos extravasar, com humildade e sabedoria, o que queremos, o que buscamos, o que sentimos, e também o que não queremos, o que não procuramos, o que não mais sentimos.
Reescrever o roteiro, riscar, rabiscar, fazer os cortes necessários. Amadurecer. Seria essa a outra face da raiva?
Não sei... mas olho no espelho e encontro encantamento, fascínio, paixão e paz. Pelo retrovisor, a outra face, encantada e fascinada, apaixonada e apaziguada, sorri.
Baci!!!